«CEIROQUINHO - SUA CRUZ E CAPELA »
Novo livro de Monsenhor Cónego Aurélio de Campos
3º livro.2022 |
1| Dedicatória. Depois de dar à estampa essa obra enorme «SEMINÁRIO DE COIMBRA – Subsídios para a sua História», Coimbra 2014, (DL 381766/14) e depois do livro «TRAÇOS DE UMA VIDA - Memórias e reflexões pessoais», Coimbra 2018, (DL 449378/18), Monsenhor Cónego Aurélio de Campos veio agora dedicar à sua aldeia, na freguesia de Fajão - Pampilhosa da Serra, este pequeno/grande livro de 160 páginas intitulado: «CEIROQUINHO – Sua Cruz e Capela», Coimbra 2022, (DL495888/22).
Nascido em 11 de Setembro
de 1931, esta é a dedicatória que Monsenhor oferece à sua aldeia natal, no
dia em que completou 90 anos de idade, lembrando que os “tempos passados só fazem história sendo memorizados
e refletidos”:
«Dedico este livro: Ao
povo de Ceiroquinho, nossos heroicos avós, que ao longo de séculos pelo
trabalho austero nos legaram uma verdadeira epopeia de sacrifícios dolorosos,
de coragem, de constância, de fé, de afeto por esta terra ingrata de benesses,
dura de afeições, áspera no amanho, a exigir o suor abundante dos seus filhos
para os poder sustentar, tornar felizes e construir a aldeia que somos.
Ceiroquinho, 11 de setembro de 2021».
2| Capela. Quanto à capela sempre teve o Santo
António como padroeiro. Neste livro
Monsenhor faz desenvolvida história da capela velha, (sec. XVII-XVIII), na
baixa de Ceiroquinho; e da capela nova (1923) na alta da povoação, ilustrada
com sucessivas fotos duma e doutra. Capela nova totalmente renovada em 1990/1991.
As estruturas. O simbolismo litúrgico
do interior e a sua explicação. As várias imagens de Santos oferecidas por
Ceiroquinhenses, alguns emigrantes, como expressão da sua fé. Os sinos, o cálice de prata, o relógio
mecânico, o oratório tudo comentado.
3| «Sua Cruz». Em frente à povoação de Ceiroquinho, (nome derivado do rio Ceira), existe uma assentada (planalto) imemorialmente denominada de «Cruz». Não porque aí existisse cruz alguma, mas porventura porque aí se cruzam caminhos de acesso a outros lugares ou porque aí se cruzam olhares contemplando o céu, os montes, os campos cultivados… Porém, Monsenhor oferece aqui uma outra interpretação mais filosófica: o nome de «Cruz» “advém-lhe duma razão-símbolo mais abstrata e misteriosa, mas profética e humana”. Tal assentada “de íngreme e difícil acesso”, “simboliza a cruz que cada Ceiroquinhense no peregrinar da vida terá de transportar”. “Na sua ou noutra terra, deslocado ou emigrante, o seu dever e sua missão são sempre responsabilidades dolorosas, verdadeiras cruzes, embora aceites e abraçadas com empenho e alegria”. E concretiza com o testemunho de várias famílias que, no mundo em que se inseriram, “amavam a sua cruz e com ela triunfaram, construíram glória e morreram sendo felizes".
4| Bons frutos. “A árvore boa dá bons frutos”. Esta é
outra mensagem do livro. “A comunidade paroquial de Fajão ofereceu à Igreja e
ao mundo elementos que vieram colaborar na eficácia do progresso e cultura do
povo português, dos cristãos e doutras pessoas da humana e universal sociedade”.
São mencionados casos concretos de Monsenhores, Cónegos, Padres, pintores,
professores, escritores, empresários e outros cidadãos que “foram verdadeiros
doutores na experiência do viver e saber”.
5| 160 anos de mordomos!
Espaço notável é estoutro
em que se descrevem as festas religiosas (partilha de alegria, afetos, amizade,
entre famílias e pessoas) e em que Monsenhor faz expressa menção do nome, um a
um, de todos os mordomos que fizeram a festa da Capela de Ceiroquinho durante os
anos 1860 a 2020. Intercalando os párocos que se foram sucedendo e
ocasionais intervenções na Capela. Trabalho notável de pesquisa.
6| Santo António, «Tenente-general».
Neste último espaço do livro faz-se um resumo
da vida de Santo António (1192 – 1231). Lisboa (Fernando de Bulhões), Coimbra
(Frei António), Marrocos, Itália onde se notabilizou como pregador e foi
canonizado. E também duma faceta
peculiar deste Santo. É que séculos mais tarde Santo António é nomeado patrono
de várias unidades, com assim iniciando a sua “carreira militar”. «Em 1668 Santo
António “assentou praça” no 2º Regimento de Infantaria de Lagos, por alvará de
D. Pedro. Em 1683 era promovido a Capitão pelos bons serviços militares. Em
1777 D. Maria promove-o a Major e em 1780 a mesma Rainha fá-lo Tenente-General».
7| Castanheira de Pera. O P. Aurélio de Campos foi Pároco de Castanheira e
Pera durante 17 anos (1960-1978). Tempo em que aqui desenvolveu intensa
atividade pastoral. Foi ainda fundador e dirigente do Externato São Domingos,
porto de abrigo e embarque escolar para muitos jovens que, nesse tempo,
ficariam em terra por falta de meios. Por
todo o concelho de Castanheira de Pera também existem capelas, cada qual com
seu orago, sua «cruz» e seus bons frutos (Santo António da Neve, Camelo, Pera,
Sapateira, Gestosa Cimeira, Gestosa Fundeira, Troviscal, Moita, Sarzedas de S.
Pedro). Em todas o P. Aurélio celebrou, organizou, reconciliou. E em que agora
este seu livro ainda pode trazer algo de motivador.
8| Leitura. O livro encontra-se disponível nas Bibliotecas
Municipais da Pampilhosa da Serra e de Castanheira de Pera. Nas Bibliotecas depósito
legal (DL), nomeadamente, Biblioteca Nacional (BNP) em Lisboa (Campo Grande). E
no Gabinete da Comissão de Melhoramentos de Ceiroquinho.
Fn
In «O RIBEIRA DE PERA» edição impressa de 31/7/2023